Mas é este elemento metálico o “petróleo” do futuro em Portugal?
Tendo Portugal uma das maiores reservas mundiais, não existe dúvidas de que a atração dos "players globais" é cada vez maior.
Em 2017, as propostas de investimento representavam 3,8 milhões de euros, numa área total de 2.500 quilómetros quadrados.
Os pedidos de prospeção e pesquisa continuam a aumentar.
O relatório do grupo de trabalho “lítio” identificou há dois anos a existência de 30 pedidos e, entretanto, “foram rececionados mais 30 pedidos de prospeção e pesquisa de lítio mas fora das áreas constantes da RCM (Resolução do Conselho de Ministros) nº 11/2018”, segundo disse o Jornal Económico.
Sobre o facto de os novos concursos para minas de lítio terem vindo a ser sucessivamente adiados, o ministério de João Pedro Matos Fernandes respondeu ao jornal Económico o seguinte:
“Encontra-se em tramitação o processo de concretização das peças do procedimento concursal para atribuição de direitos de prospeção e pesquisa de lítio, no sentido de ser lançado o concurso a breve trecho. Houve necessidade de expurgar dos polígonos das áreas a concurso todas as zonas protegidas ou com direitos já constituídos na prossecução do princípio da sustentabilidade ambiental e territorial”.
Os planos do Governo para a exploração de lítio em Portugal decorrem da RCM nº 11/2018. “No que respeita ao concurso acima referido estamos perante a atribuição de direitos de prospeção e pesquisa, fase prévia à exploração onde se pretende projetos que abarquem toda a cadeia de valor incluindo a fase industrial, com sustentabilidade ambiental e territorial e que prevejam repartição dos royalties entre o Estado e as autarquias”.
Ao nível nacional, segundo o relatório do grupo de trabalho, são descritas nove regiões com ocorrência de mineralizações de lítio em Portugal. Distribuem-se desde Caminha, no Alto Minho, até Idanha-a-Nova, na Beira Baixa: Serra de Arga, Barroso-Alvão, Seixoso-Vieiros, Almendra, Barca de Alva-Escalhão, Massueime, Guarda (incluindo Seixo Amarelo – Gonçalo, Gouveia, Sabugal, Bendada e Mangualde), Argemela e Segura.
“As áreas a concurso estão nesta fase a ser definidas nas peças do procedimento concursal, estando previstas as zonas identificadas na RCM nº 11/2018 em nove blocos”.
O relatório do grupo de trabalho “lítio” identificou há dois anos um conjunto de áreas potenciais bem como de um conjunto de operadores, que atualmente se mantêm, designadamente a empresa Slipstream Resources Investments pty ltd. (detida pela Savanah Resources), que detém a concessão de exploração “Mina do Barroso” (Boticas); a empresa Lusorecursos, Lda., que tem em tramitação um pedido de concessão de exploração “Romano” (Montalegre); e a empresa PANNN, Lda., que tem em tramitação um pedido de exploração experimental “Argemela” (Covilhã e Fundão).
De acordo com as estatísticas do United States Geological Survey (USGS), em 2014, Portugal era a sexta maior fonte de lítio do mundo, com cerca de 17,5 mil toneladas métricas extraídas (com um teor de 1,5% de lítio), e para 2016 as reservas estavam estimadas em 60 mil toneladas métricas.
Fonte: Jornal Económico